
Um barco para dois
para organizar um vela a deriva
o sonho fica para depois
agora há que salvar a vida
por rotas nunca antes navegadas
choram-se os mortos
os cangalheiros estão a postos
desde que não seja eu
que continue atravessado nas ondas espaçadas
tira-se a sorte
um dia de semana, uma semana de um mês
a hora da morte
que aparece em toda a sua altivez
sem salva vidas visível
cavaqueira e cortes
sem razão plausível
como uma carta exterior
navego em águas desconhecidas
albatrozes e golfinhos
golfinhos e marmotas
voam e navegam
neste barco que já deixou de ser privado
agora é de todos
ricos e pobres
todos que querem liberdade
nem que seja através dos sonhos
construídos e perdidos no mar
com uma sombra negra para os abraçar
sem longitude
nem latitude
o espírito permanece
remando numa esperança que não se desvanece
esperança essa que vai a qualquer lado
sem medo de navegar
-terra a vista!!
Só para quem a conquista
e nela se consegue inspirar!!