
Depois da curva do tempo
acabam os potes de ouro
os arco-íris ficam mais difíceis de encontrar
o os amores não se podem dispensar
e no fim de cada história
descobre-se que nem tudo foi dito
as lanças arremessadas
para apressar o final
onde não existe lugar algum para ir
o tempo vai-se extinguindo
e o vazio vai surgindo
as cores desfraguementadas
por todas as vezes que a história foi contada
junto a uma lareira que o fogo não acendeu
a beira rio onde a roupa se lavou
as pedras brancas que a neve não cobriu
fecha-se um ciclo de tempo
uma ferida que não sarou
uma sombra que o tempo não apagou
nem o tesouro mais valioso o fez cair no esquecimento
os poses de ouro serviram para camuflar
tudo aquilo que não foi explicado
pois o pássaro canta em outro lado
com a voz faminta
de quem nunca mais dormiu
com os olhos semicerrados
de quem nunca existiu
a não ser através da lembrança de uma lenda
que o tempo encomendou
o destinou entregou
em cada curva passada
uma estrela curvada
e um universo para ser conquistado
só falta alguém que fique do lado
e faça as curvas de mãos dadas
para não haver despistes
nem histórias mal contadas!!