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Não, não quero mais este papel que me foi atribuído
falta-me conforto para o desempenhar
sou um homem demasiado sentido
para viver com um destino que não consigo controlar
romântico a moda antiga
sou a sombra perseguida
que não para de fugir
da fortuna prometida
da angustia ambígua
não, não posso continuar a ver-me a actuar
demorei-me para me entregar
mesmo porquê
a felicidade está naquilo que não se vê
aqui e agora
com muita sorte de me ter
vibrande por respirar e viver
apenas não quero esperar
não, mas não, mesmo não
as trevas vão perder o jogo
ainda que arda no meio do fogo
não me posso contentar
este pagamento não é o que eu quero
assim continuo a respirar
ao mesmo tempo que espero....
Não, não tenho amigos
conhecidos ou namoradas ou amantes
vivo no porto dos sentidos
com adictivos e conservantes
porque conservo a esperança
de vir a desempenhar um papel maior
seja na vida, na morte ou no amor
interessa-me a riqueza dos pormenores
mudo-me de um papel para o outro
carregado de temores
com a consciencia que este papel sabe a pouco
vitima de um passado inultrapassável
ou vitima de um futuro sempre adiado
é tudo contestável
só não me rendo nem me faço de cansado
a vida flui por todo o lado
este é o meu papel
tem que ser interpretado
ainda que este me seja imputado
o meu papel verdadeiro
ainda não foi atribuído
sei que será o derradeiro
mas não me dou por vencido!!
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