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Como odeio ver-me assim
tão quieto e sem vontade de me mexer
nunca fui seguro de mim
mas recuso-me simplesmente a morrer
estive em todo o lado
sem ter estado em lado algum
vi as guerras que mataram milhões
mas nunca combati em nenhuma
recuso-me a matar o meu semelhante
sem que ele tenha feito algo para que eu o mate
vi corpos mutilados pela crueldade
mas salvaguardaram o meu
nem sempre estive no lugar certo da verdade
e na mentira odiei-me ainda mais
esta incapacidade
inpotência impotente
que faz de mim um desgraçado descontente
que se odeia por não ser Deus
por ter que dizer adeus
quando gostaria de dizer PRESENTE!!
Conceder todos os milagres pedidos
omnipresente
na forma de orientar os meus sentidos
gostaria de gostar mais de mim
sei que é um sentimento feio
mas como posso ficar indiferente
a este mundo sem freio
que trucida toda a gente
que me mata a mim
como quem esmaga as futilidades
que se afoga nas inverdades
da sua consciência soberba
escondidos em algum canto
todos os infelizes
fazem parte do meu pranto
porque me odeio sabendo que o ódio
alimenta todo o meu ser
que se recusa a parecer
enquanto este mundo for aquilo que ele é!
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