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Quão difícil é estar consciênte da nossa mortalidade
tantas vezes atravessa-se o fronteira do que é e pode ser
o sentimento da infelicidade
naquilo que é a vida que não se pode viver
as dores que falam das cicatrizes que o tempo apagou
sem direito a repetições
o sol até chorou
pois até ele não tem o poder das rectificações....
Quero ir-me embora sem deixar má impressão
acredito que as histórias acomulam-se em cima de uma única
dá-me esta estranha sensação
que viver é uma espécie de ilusão
parece-me que a vida é uma linha ténue
uma linha invisível que separa o presente do futuro
as sensações de um augúrio
previsão sem sentido
sentir sem palavras
quão difícil é estar consciênte que se vai morrer
fica tão pouco para dizer
as acções que desapareceram ao longo de uma curta viagem
são desacertos
concertos
fios tecidos por um destino que ninguém conhece
sonhos de quem só aparece
na maré de um mar que desaparece
engolido por uma terra que ninguém merece
mas que cobre todos quantos a ela regressam
afinal os descendentes ficam
o antecedentes partem
e nesta curta conclusão descobri que sou um antecedente
do presente
que no futuro também será o ausente
daqueles que serão os descendentes da gente
que um dia saberão o quão difícil é
estar consciênte da sua mortalidade
sabendo que tem de cair de pé
como um herói solitário
que se consola a si mesmo sabendo que a sua morte
é a morte de alguém que sempre soube que nasceu para morrer!!
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